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Energia e a competitividade

A redução das tarifas elétricas vai melhorar o bem-estar dos brasileiros e garantir uma indústria nacional mais forte e competitiva

A redução do consumo global devido à crise financeira causou queda expressiva nos pedidos às indústrias no mundo todo. A sobrevivência econômica do Brasil nesse cenário depende fundamentalmente da garantia da competitividade da indústria nacional. Apenas dessa maneira é possível brigar pelas poucas oportunidades disponíveis no mercado externo e não perder o espaço entre os consumidores brasileiros para os ávidos competidores estrangeiros. A energia competitiva é ferramenta fundamental nesse processo.

A presidente Dilma Rousseff demonstra otimismo: apesar das desavenças internacionais, no caminho do Brasil ela vê o crescimento econômico. Ao se reunir com os atletas que estão disputando a Olimpíada de Londres, por exemplo, explicou com bom humor que os números pouco animadores da economia no primeiro trimestre refletem, na verdade, apenas o “aquecimento” do Produto Interno Bruto (PIB). A sinalização é muito positiva, mas talvez não seja suficiente. É que, por mais importante que seja cuidar do treinamento e do aquecimento dos atletas, preocupa muito o fato de que a competição oficial já está em andamento e as medalhas estão sendo extremamente disputadas.

As regras da competição são claras. A primeira diz que é preciso estar preparado para as partidas. Ou seja, o Brasil precisa de uma indústria forte, capaz de investir e produzir cada vez mais. A segunda regra alerta ao fato de que não se pode ignorar os adversários: os competidores externos. As empresas brasileiras têm de ter condições para encarar a competição internacional. Por fim, é preciso ter foco e disputar jogo a jogo. Para isso, vale refletirmos sobre os principais empecilhos para a economia brasileira conquistar seu lugar no alto do pódio. Quando se fala em indústria forte e competitiva no Brasil, o principal ponto a ser considerado é a questão energética.

Com um dos maiores potenciais hidrelétricos do mundo, paradoxalmente o país tem uma das energias mais caras. Entre os principais culpados por essa situação estão os vários encargos setoriais que incidem sobre as contas de luz: consomem fôlego das empresas que deveria ser destinado ao crescimento do Brasil. Nada mais justo, portanto, que sejam reconsiderados, como já acenou o governo que pretende fazer. Até porque estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para o Projeto Energia Competitiva (PEC) mostra que as famílias brasileiras gastam o dobro da conta de luz com a energia “embutida” nos produtos e serviços que consomem.

Na prática, portanto, a redução das tarifas elétricas vai melhorar diretamente o bem-estar dos brasileiros, além de garantir ao país uma indústria nacional mais forte e competitiva, com condições de contribuir em favor da geração de empregos, renda e, em meio à crise internacional, até mesmo aumento nas exportações. Ou seja, a linha “reduzir para ganhar” é exatamente a mesma que precisa ser aplicada na desoneração dos custos da energia. É preciso agir, mostrar ao mundo a força brasileira. O treino é fundamental, mas agora é hora de irmos para o jogo.

Paulo Pedrosa – Presidente executivo da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace)

Fonte: Brasil Econômico
Autor: Paulo Pedrosa

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